POBRE
PARAUAPEBAS
A outrora considerada rica mas que sabemos sempre pobre e
deserdada capital nacional do minério
Milionária apenas no adjetivo, nunca
sendo realmente beneficiada pelo enorme e espetacular fluxo financeiro e de
capitais gerado em suas terras, causado frisson e enriquecendo milhares de
oportunistas em todo o planeta. Parauapebas, seus homens, bichos, arvores e
rios jamais foram respeitados ou pensados como elementos de uma complexa cadeia
de respeito, recompensa e consideração.
Decididamente
e sob a exclusiva ótica da boa ciência administrativa e de capitais, jamais, e
digo jamais, vamos entender os desmerecidos e extraordinários investimentos
feitos numa cidade suja, mal gerida, com empresários e políticos atrasados e dependentes,
sem aeroporto, estradas ou barcos, energia elétrica, sequer sistema de saneamento
e água, sem pensamento autônomo ou formadores de opinião fundamentados.
A
rica capital do minério jamais entendeu que gera riqueza de uma única safra.
Seus bens retirados do solo fazem a festa da balança comercial brasileira. E
só. Apenas isto e perspectivas. Jamais estivemos preparados para qualquer
destino a não ser o de Mariana. E só. Burros, estúpidos os consultores,
empresários e outros inteligentes que olharam para estas bandas acreditando em
crescimento chinês ou qualquer outra maluquice. Somos produto da mineração e da
VALE e só.
Idiotas
e todos veem somente o volume de recursos, não compreendem seu fluxo natural e
seu possível refluxo. Qual o destino dos bilhões de dólares gerados por esta
terra milagrosa? Afinal, quem é realmente beneficiado com tanta exploração,
tanta agressividade e perda da biodiversidade que o touro na loja de porcelana
afobadamente explora?
Os
políticos preocupados exclusivamente com seu umbigos e sua conta bancaria não
estão interessados. Para eles qualquer ato ou iniciativa com expectativa acima
de três anos é inviável. Estamos atrasados há 30 anos, vivendo à custa e sob
migalhas de uma fera hostil e predadora. Não se interessa por humanos. Quando o
veio de minério acabar, bate em retirada com suas máquinas e sua fome: atrás de
outros veios, de outras terras virgens e incautos humanos.
Continua, em três partes
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