ARMAGEDON
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nas primeiras horas da dia 26 de maio a mansão do prefeito nas cercanias de
Parauapebas é invadida por agentes policiais comandados pelo temido GAEGO. O
prefeito solitário e sua concubina são surpreendidos ainda bem cedo por
policiais fortemente armados a procura de armas, documentos, dinheiro e com a possibilidade de
sua prisão ser decretada.
Imediatamente
ele repassa na memoria quantas vezes foi alertado sobre procuradores, contratos
milionários sem licitação, campanhas politicas ilegais e toda sorte de permissividade
com dinheiro publico que fora realizado em seu combalido governo. A menor
delas, a desapropriação de uma casa do vereador Devanir por R$794.000,00 em maio de 2014 é o que vem a
tona primeiro. Poxa, comprou vereadores, procuradores e juízes e mesmo assim
esta cercado e sozinho?
Sozinho e aturdido vê
seus sonhos e plano desmoronar-se.
Ninguém é chamado e ele assiste inerme a devassa da sua mansão. Seu velho
coração chora a cada descoberta da policia, ele lamenta em silencio ter
expulsado seus amigos e se arrepende dos conselhos que ouviu e seguiu submisso, de sua esperta concubina Glaucia e seu conselheiro
duplo Vanterlor. Onde mesmo eles estarão agora?
Lembra ainda da
blindagem obtida de Simão Jatene. Que, como governador nem sabia dos riscos
reais que seu agora pupilo corria. Há justiça ainda, mesmo que seja pouquinha
no Pará. Não sabe ele que neste instante, seu principal esteio na Câmara dos
Vereadores esta sendo preso, será levado
para o presidio de Americana em Belém. Odilon preso é uma porrada na impunidade
que grassa em Parauapebas. E neste governo e nos governos anteriores, Bel,
Darci. E nos crimes cometidos a vida
inteira, o convencimento de que a justiça jamais o alcançaria. Preso Odilon,
preso o comerciante que emitia notas superfaturadas e preso Arenes, este talvez
derrubado pelos seus. O fato é que todos ameaçados desde o começo disso tudo,
portam armas de fogo. E usam as mesmas táticas de Valmir, comprando pessoas e
corrompendo, antes mesmo de chegarem ao poder. Lamento pelo transtorno do
Arenes, mas tudo ficou mais dramático.
Sabemos que dois dos
vereadores que vitaminaram o G5 não são flores que se cheirem: Josineto e
Luzinete não estão neste grupo por convicção. Jamais fariam mudança de lado
pelo simples fato de ser o certo. Ambos estão enrolados com dinheiro publico e
com a lei e certamente cooptados.
Procurei o necessário
distanciamento, dando tempo ao tempo para deixar este registro para a
posteridade. Atenção: os acontecimentos em Parauapebas naquela semana são
historia. Nunca vimos isto antes. Um ARMAGEDON, com 10 bombas de nêutrons
lançadas há tempos atrás e detonadas no peito do resiliente Valmir da Integral.
Estas bombas não foram lançadas ao acaso. Esta batalha épica e histórica
começou lá atrás, quando Ângela foi a Câmara dos Vereadores romper com este
prefeito. Aquele discurso e a postura despercebida dos cinco vereadores do então
G5 demarcavam um território e uma luta sem volta: iriamos destruir a
falácia, a roubalheira, os golpes e o equivoco da gestão atual. Não teria volta
porque estas pessoas estavam envolvidas numa questão pessoal, de vida ou morte.
Tinha-se um objetivo claro, uma finalidade.
O mais importante,
havia um pensador e estrategista, sob planejamento restrito com metas e
objetivos. Desde então sabíamos que a
luta seria desigual, terrível e que teria mortes possivelmente. Afinal, a luta
seria contra um grupo poderoso, armado e bilionário. E sem temor algum pelo
judiciário, até então se sabia que qualquer juiz ou promotor, ou procurador
estaria a venda. O MPE nunca existiu em Parauapebas. Certa vez, eu e a Ângela
fomos procurar a repartição para saber como andavam o resultado das denuncias.
Na pessoa de vice-prefeita, a reunião parecia mais um pedido de desculpas. A
procuradora local sequer parou de digitar seus processos para responder nossas
perguntas. Não dava nenhuma importância. Perguntou se sabíamos onde estava o
dinheiro, que assim ela o tomaria, causando perdas e eles se consertariam. Foi
terrível. Nesta altura, a CPI da saúde já estava instalada e trabalhando. Mas
o fato do MPE não existir nesta cidade
sitiada não poderia deter aqueles que se reuniram para tomar o governo. Havia
no seio desse importante órgão de vigilância, as naturais diferenças de
posicionamento, muito bem colocadas pelo jovem e sábio advogado Cláudio. E
foram estas discrepâncias que levaram documentação e ações para o MPE em Belém.
Iniciaria ali o fim da trégua à corrupção
e desmando em Parauapebas.
Porque Darci, Bel não
passaram por esta correção? Seria seus grupos e partidos? Ou seria uma
“sabedoria” em manter os seus e roubar de forma mais discreta? Porque furto,
roubo, desvio, as auditorias descobrem sem esforços. Porque então este governo
atual cai de forma tão fragorosa e desmoralizante?
Em primeiro lugar a poderosa
estratégia implementada. Reunir os grupos de descontentes e compromissados como
base real de poder – o Conselho
Municipal de Saúde, os vereadores e a vice-prefeita. Pronto, embalados tudo num
discurso e posição oposicionista, seria uma questão de tempo para os resultados
advirem. Milhares de horas foram gastas em reuniões intermináveis. A estratégia
da CPI da Saúde em confrontar provas documentais e pessoas, em chamar as
evidencias nas reuniões plenárias começaram a definir e levar para as cordas o
orgulhoso governo “empresarial”. E sobretudo, a envergadura do gabinete da vice-prefeita, na sua postura
intransigente de não aceitar o isolamento, a humilhação imposta pelo executivo.
Os grupos foram reunidos em encontros, discussões, ação e metas. Na metade dos
trabalhos da CPI da Saúde o governo começou a capitular. Já havia a rejeição de
todas as contas do perverso secretaria de saúde, Dr. Romulo. Acuado pelos
péssimos serviços prestados e pelo impasse em obras superfaturadas e
construções para nada, ele é forçado a retirar-se de cena, imputando ao governo
uma grave e decisiva derrota para nosso grupo de oposição.
Quando ainda pode, não
havia ninguém do lado de Valmir. Cercado por incompetentes e arrogantes
“secretários” de merda, advogados e
procuradores que perderam o rumo, nunca retaliou à altura. Assistiu suas bases
serem forçadas, sacudidas e finalmente a colapso sem enfrentar uma estratégia
que saltava aos olhos de todos.
Diga-se de passagem,
até hoje nenhum governo local sofreu a pressão e a determinação forte de um
grupo preparado, organizado e determinado como este. A estrutura do grupo
baseou-se na organização documental, social e jurídica. Os três grupos fundamentais
para romper o poder do bilhão não aceitou propostas, não negociou, não recuou.
Mesmo com o assassinato do Dr. Jakson, que
estava com ações contra o governo,
não fez parar a maquina opositora.
Em segundo lugar os
péssimos, incompetentes e arrogantes secretários e adjuntos agregados por
Valmir da Integral. Mesmo sabendo que
havia seis deles empenhados em criar e
manter um governo paralelo, mesmo sabendo que o
esquema de Zé Rinaldo seria mantido pela presença e ação da Mendes,
mesmo sabendo quem era Agenor e o resultado de suas ações, mesmo entendendo o
quão pernicioso e ladrão era o Dr. Romulo na Saúde, mesmo conhecendo a fundo
seu dileto secretario de obras – Queiroga e infelizmente mesmo entendendo o
poder nefasto de Glaucia e seu companheiro o
Vanterlor – que inclusive era o negociador dos vereadores e do gabinete
do prefeito, conhecendo quem era Zé de Fátima, seu “chefe de Gabinete” agora na
SAAEP, utilizando os conhecimentos de Sergel, como todos que passaram por lá e
o pior, sabendo que o procurador Marconi fazia e aprontava, que era um
ignorante em matéria de poder publico e que fazia o que bem lhe cabia, Valmir
da Integral apenas acenava o cabeção, encantado com as formas opulentas de sua
concubina, com as exigências de seus filhos e com a ação acintosamente
criminosa de Leudicy Brandão, de Zoenio e sua
ação perseguidora das casas e bares noturnos, das negociatas de Semurb,
Claudio Almeida e companhia, tribunal de contas dos municípios, Gesmar, Gilmar
e todos que percebendo sua total ignorância da coisa publica, se refestelaram e
fizeram o que quiseram com os recursos pelos quais ele fora eleito para
preservar e multiplicar.
O pior, seu papagaio
alienígena, Wander Nepomuceno. Com sua ignorância e salto alto, brigando com
todos , agora com sua azeda antipatia, apenas recebendo recursos do município,
sem projetos, sem saída, apenas mais um rato, um bandido escondido próximo ao
velho prefeito.
Agora, praticamente
ex-prefeito de Parauapebas.
Assistimos sem
satisfação um réquiem ao Armagedon: a
cidade sendo destruída aos poucos, uma luta titânica que paralisou tudo, que
fez de Parauapebas uma praça abandonada, de morte e de tripudio de infiéis
gananciosos. Os secretários, à exceção de um, dois, não merecem perdão. Foram
coniventes, calaram ou fizeram seu
butim. Levaram para casa o que não lhes pertencia. São cumplices do maior desgoverno da historia local e disso
devem se envergonhar pelo que lhes
restam de vida. A grande maioria dos que foram demitidos estavam roubando.
Desses que ficaram, todos estão envolvidos nisto ou aquilo de ilegal, de roubo
qualificado, de corrupção. A maquina extensa e poderosa de arrecadação viu sua
receita minguar e deixar os pagamentos nas mãos de quem sempre retirou o seu de
forma ilegal, cobrando de empresas taxas para receber por seu serviços, empregando
táticas de compras fantasmas, ajudando empresários a furtar, a entregar menos e
levar mais, a embrulhar a comunidade num manto de perdas – Mendes e sua turma,
come estrutura consolidada desde os
tempos do malandro prefeito, Darci Lermen.
Todos os homens de
valor, os realmente interessados foram afastados.
As quadrilhas de real
poder jamais foram afetadas neste dois anos e meio de Valmir da Integral. Estão
todos lá, em postos chave. Até o grupo dispensado quando da queda da Geiza, a
nova secretaria Juliana trouxe de volta, num claro acinte a norma e ao respeito
publico. Sabotou a primeira tentativa de Valmir fazer o correto. Porteiras
abertas, vieram e foram tantos outros que nem cabe e nem merecem citações. A ousadia
de poderem fazer o que bem queriam, fraudar licitações, entregar obras e serviços
sem o processo legal, comprar
equipamentos e serviços para populações bem maiores – caso das UPAS e do
Centro de Zoonoses, se apropriar de obras e construções que jamais tiveram
capacidade de propor e mesmo propor projetos e planos faraônicos como orla, o
novo centro administrativo, a capela de Niemayer, os BRTs e tanta loucura já
demonstravam o caráter duvidoso desse governo.
A câmara de vereadores
esta pagando o que deve. Josineto funcionou como lacaio e ladrão. No seu tempo,
ele, Odilon, Devanir, Major, Brás, Miquinha e Euzébio obtiveram vantagens e
fizeram grandes negócios com Valmir da
Integral. Cometeram crimes e se enrolaram com o executivo. Estes vereadores
jamais mereceram a confiança depositada neles pela população. Canalhas como
são, aproveitaram as oportunidades que o
incapacitado prefeito lhes oferecia. Com a ajuda providencial de Glaucia e de
Vanterlor, se locupletaram com a inexperiência e a maldade do velho prefeito. Para
estes vereadores, a prisão de Odilon é apenas o inicio de uma nova relação
desses com a justiça. Vão responder, outros serão presos, outros terão que
devolver bens e recursos a prefeitura. Se enrolaram, porque não puderam fazer o
que lhes era de direito: legislar, monitorar, controlar gastos e propor
orçamento. Quiseram cargos e poder executivo, bandidos que são. O gabinete de
Valmir era ocupado diariamente por vereadores de forma opressiva e ultrajante.
Como já descrevi aqui, assisti a inúmeros atos da gestão que foram cometidos
mais pela brutalidade e ignorância, do que pelo real desejo de governar. Tudo
era permitido, nada era necessário ser legal. E todos os que ainda estão na
gestão são cúmplices disso, todos aproveitaram e pressionaram para ser assim.
Toda a relação “comercial”
e de interesse privado dos vereadores com o prefeito – cita a desapropriação da
casa do Devanir, a compra da área da Mactra por R$2.113.900,00, propriedade do
vereador Major da Mactra, a entrega das secretarias para Odilon, Devanir,
Maquivalda e tantas benesses e repasses criminosos, é assunto e tema de
investigação, tipificação, crime, punição.
Retornando a ação
espetacular do GAECO com seus 17
mandatos de busca e apreensão, seus três mandados de prisão, faltou perante
tantas provas e documentos apresentados, a prisão do prefeito. Como não prender
um homem que permite, assina e estimula tantos crimes contra o patrimônio
publico? E como não foram presos os
outros empresários e grupos de poder que ajudaram o prefeito a roubar tanto e
de forma tão acintosa? Será possível que ainda veremos este governo terminar
seu mandato para algo acontecer? Como serão feito as coisas, se a Flavia opera na alta, cobrando propinas, fazendo
compras ilegais, ganhando nosso dinheiro de forma extra e ilegal? Por quanto
tempo ainda vamos ver a Mendes, a Fabiana e o
Agenor fazerem compras ilegais, sem a entrega dos serviços ou mercadorias mesmo numa situação
de penúria econômica para a cidade? Por quanto tempo ainda teremos que ver a
saúde matando, as pessoas sendo perseguidas e a possibilidade de mais mortes e
assassinatos acontecerem para se finalmente alguma coisa seria e definitiva ser
feita?
A quadrilha ainda esta
intacta e operando. Não acabou nada. Enquanto eles tiverem acesso aos recursos
vão usar. Não temem nada.
Tem que haver uma intervenção.
A sucessão pela vice-prefeita e sua posse imediata ou o governo pelo presidente
da câmara mais convocação de novas eleições ou a intervenção do estado para
evitar a desagregação da cidade. Mas manter Valmir da Integral, sendo provado
sua real incapacidade de gestão é
irresponsabilidade da lei, da ordem, do governador ou de quem quer que seja.
Esta ação não parou nada e nem vai parar, enquanto se mantiver os operadores e
a quadrilha com a mão na botija. Algo precisa ser feito.
Todos acreditam que
muito esta por acontecer. O grupo no poder é arrogante, incompetente e sem
estratégia. Perdido desde a posse, não tem capacidade de reação, não podem
oferecer a sociedade uma alternativa. Compromissado com o errado, seriam
incapazes de promover uma cura, uma delação do gestor e seu procedimento administrativos
de isenção. Não seria possível.
A câmara dos vereadores
esfacelada pela corrupção e interesses executivos não tem capacidade de reação.
Poderiam tomar o poder para si. Se tivessem um projeto de salvação esta câmara combalida
poderia se recuperar dando uma lição de moralidade administrativa. Pena que não
tem a força necessária nem moral. Vamos aguardar.
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