GESTAO
DA SAUDE DE PARAUPEBAS E A AÇÃO REPARADORA DA VESTATECH
Como a ação
administrativa pode fazer a diferença
Buscando garantir qualidade de vida,
certificando que, quando acionados os equipamentos de suporte aos pacientes
estejam funcionando adequadamente e com a perspectiva de que os investimentos e
imobilizações em maquinas hospitalares não se transforme em custos e
transtornos, procuramos o Engenheiro Clínico Cristiano Andrade, diretor da
empresa Vestatech Equipamentos
Hospitalares, quando conversamos sobre os ganhos para a saúde da população e
para a sobrevida dos caríssimos equipamentos hospitalares, que a Engenharia
Clinica proporciona. Um dos pioneiros aqui na região norte, com forte
e destacada atuação na congestionada região sudeste – onde realizou importantes
trabalhos, passando pelo tradicional Hospital Albert Einstein, ele nos fala da
importante conquista de Parauapebas, cidade em a ação da saúde precisa
apresentar resultados consistentes e finalizadores.
Em entrevista ao Exclusivamidia,
Cristiano fala sobre a importância de implantar a inédita manutenção preventiva da
Engenharia Clínica no serviço público do município de Parauapebas ou de
qualquer outra cidade que realmente compreenda que a disponibilidade do
equipamento hospitalar é algo complementar e essencial a saúde das populações.
Importante salientar que o secretário de
saúde, Sr. Coutinho, tomando essa decisão de estruturar a manutenção dos equipamentos
caros e em grande quantidade, parados no hospital, esta agindo como águia,
enxergando além: não basta ter recursos para aquisições, precisa manter em
funcionamento e com equipes treinadas, tendo sabedoria em usar os mesmos.
Parabéns a administração da Saúde. Acompanhe nossa conversa:
- Mas afinal, o que
é engenharia clínica e como ela pode ajudar a saúde em nosso munícipio?
A engenharia clínica dentro da cadeia de saúde é de suma
importância, pois dentro de um hospital é a responsável por aplicar os
conhecimentos e ferramentas de gestão na área de manutenção, para que exista
uma melhoria significativa na qualidade do atendimento em saúde, aumentando a
confiabilidade do equipamento através de calibrações, reduzindo ao máximo o
tempo que o equipamento fica parado através de manutenções programadas,
diminuindo o impacto no atendimento da população. Ainda atuamos na elaboração
de pareceres e laudos técnicos para auxiliar na aquisição e inclusão de
tecnologias médicas e sua informatização, o que depreende que temos que ter uma
forte interação com todos os setores. Além disso, desde 2010, há resolução por
parte da ANVISA em que um determinado profissional com nível de escolaridade
superior e com registro no conselho de classe seja responsável pela elaboração
e implantação do Plano de Gerenciamento de tecnologia utilizada na prestação de
serviços de saúde em todos os hospitais e centros de saúde, o que cai como uma
luva para o engenheiro clínico. Aqui em Parauapebas a realidade não é
diferente do resto dos hospitais do país. Temos uma demanda reprimida na área
de saúde onde qualquer equipamento parado causa transtornos a todos. No nosso
caso, adotamos o modelo digital de abertura de chamados, de forma que os
usuários do nosso sistema tenha acesso ágil à informação, facilitando a tomada
de decisão e que se possa corrigir rumos com brevidade para podermos manter o
foco na melhoria da segurança do paciente, mantendo uma boa relação de
custo-efetividade, aspectos estes que são bastantes ressaltados no nosso
modelo de gestão. Isso reflete na entrega de resultados.
Qual a diferença
entre engenharia clínica e manutenção?
A diferença entre as duas é muito grande, embora em primeira análise
não fique muito claro essa diferenciação. Enquanto a manutenção corretiva tem
uma postura reativa, sendo acionada apenas quando o equipamento quebra, a
engenharia clínica previne e minimiza as paradas não programadas nos
equipamentos. O resultado é que no caso de hospitais que investem apenas na
manutenção corretiva, vemos com frequência uma variedade de equipamentos
parados por longos períodos de tempo, prejudicando tanto o paciente quanto o
hospital, pois o paciente deixa de receber o tratamento adequado em tempo
hábil, gerando desconforto e insatisfação. Esse tipo de visão (apenas
manutenção corretiva) está ultrapassada nos grandes hospitais.
Como
está sendo a aceitação dos serviços de engenharia clínica no município?
Felizmente, não
tivemos grandes dificuldades. A aceitação do público interno será orgânica a
medida que eles foram identificando que a mudança trouxer benefícios. Com
certeza eles perceberão que podemos somar muito no atendimento de saúde e
agregar valor neste quesito. A ideia principal foi absorvida por todos os
setores do hospital, policlínica e pronto atendimento e a colaboração foi
imediata. Sem os profissionais, nossa atuação ficaria incompleta, pois
precisamos do feedback e envolvimento deles que atuam diretamente junto aos
usuários do sistema de saúde de Parauapebas para desenvolver, caso necessário,
treinamentos para aprimoramento, face a crescente tecnologia na área de saúde.
O Gerente de Enfermagem Júnior e o Diretor Eduardo Tuma nos deram um apoio
gigantesco e contribuíram de forma decisiva na implantação do setor de
engenharia clínica. Houve ainda, uma sensibilidade por parte do Secretário de
Saúde, o Sr. Couto, em apoiar e autorizar esse tipo de contratação pelo
município, demonstrando estar sintonizado estrategicamente com os grandes
hospitais privados do país.
Qual
o principal desafio da engenharia clínica nas áreas administrativas,
operacionais e assistenciais do município?
Um dos principais desafios é alinhar os processos de engenharia
clínica com o trabalho dos profissionais de saúde que já existem no local.
Precisamos homogeneizar e acelerar a implantação total do sistema para a
entrega de resultados consistentes, mas é primordial trabalhar fortemente as
pessoas e não apenas as máquinas. Uma das nossas frentes é justamente essa,
apoiar os colaboradores ou stakeholders do sistema de saúde do município, com
palestras, cursos e treinamentos para maximizar o uso de equipamentos. Outro
desafio é a logística. Como sabemos, estamos longe dos principais centros urbanos
e isso dificulta a aquisição de peças e serviços para minimizar o impacto
causado por um equipamento de alta complexidade que se encontra parado. O que
me tranquiliza são os profissionais que contratamos. São excepcionais e que sob
a batuta de nosso experiente supervisor Juscelino Mangueira, estarão
demonstrando resultados operacionais acima das nossas expectativas. Precisamos
vencer a primeira etapa, que será a instituição de uma nova cultura onde
médicos e colaboradores compreendam que a engenharia clínica é um serviço
integrado ao resto do hospital, também focado no paciente e na eficiência
operacional. Agora estamos na fase de implantação dos serviços, mas em
muito breve pretendemos entregar ótimos resultados.
- Quais
resultados
que os munícipes de Parauapebas podem esperar desse
trabalho?
Nosso trabalho será entregar o máximo de resultados práticos e no
que depender da Vestatech, iremos diminuir consideravelmente o índice de
quebras dos equipamentos, prolongando a vida útil de equipamentos, poupando
recurso valiosos da saúde com a compra desnecessárias de equipamentos.
Em contrato com o Hospital Albert Einstein em São Paulo, por
exemplo, conseguimos reduzir o índice de quebras em 80%, com treinamentos,
entregando equipes médicas e corpo de enfermagem mais capacitados na operação
de equipamentos e aqui não será diferente. Pretendemos entregar a
disponibilidade dos equipamentos médicos em 95%, o que não é ruim, visto que no
Hospital Israelita Albert Einstein entregávamos 98%, ou seja, em 98% do tempo total
de um mês, os equipamentos estavam disponíveis para uso.
Claramente é um case de sucesso que pretendemos trazer como inovação
ao município. Além disto, nosso software pode ser acessado via web ou celular,
com leitura automática de QR Code para abertura de chamados, o que poupa tempo
e facilita o trabalho. Outro ponto que iremos implantar é um plano de
contingência para os equipamentos, planejando para evitar que situações
imprevistas atrapalhem o atendimento. Se um respirador em uma UTI parar, por exemplo,
as consequências podem ser catastróficas caso não tenhamos um plano de
substituição.
Iremos implantar ainda, indicadores de gestão, que são de
fundamental importância para a monitoração do desempenho do serviço de
engenharia clínica. Com esses dados será possível detectar problemas
operacionais e estabelecer metas para que exista a cultura de melhoria
contínua: Tempo de atendimento aos chamados para manutenção corretiva;
percentual de cumprimento das manutenções programadas, número de ordens de serviços
solicitadas e finalizadas no período são alguns dos indicadores que serão
levantados e repassados ao gestor de contrato.