Os 50 de Orlando, século
XXI
... e suas mães, seus irmãos, seus companheiros e amores,
seus compromissos e suas vidas... não se esqueçam, não fale bobagens antes de
olhar para dentro de si.
Como
ainda se justifica matar pessoas por suas opções sexuais. Que horror. Sei dessa
condenação há séculos, transito por estes eixos, vivo esta vida e sei seu
valor.
O amor não se entrincheira, o amor é aberto,
ocasional, traumático, terrível. Quando chega não escolhe cara, canto, ameaça.
O amor não teme e não perdoa. Amor é amor.
Não
importa se entre um homem e outro. Uma mulher e outra. Ou um homem e uma
mulher. Não importa. E não é moderno fingir que não importamos com que o outro faz na cama ou nas praças. Porque
importamos e nos posicionamos, desconhecendo nós mesmos.
Ou
nos escondendo nas sombras de nossas amarguras.
Num
mundo onde oitenta por cento dos seus habitantes são bissexuais, como matar por
ser diferente. Diferente de que?
Os
50 de Orlando não serão os últimos a cair. Infelizmente as religiões são as primeiras
a fomentar o ódio, a disparar o ódio diariamente. Depois as convenções
perversas, as mentiras, a simples maldade.
Claro
que o assassino era gay. Sabemos que quem maltrata, fala mal, bate, humilha e
assassina gays são gays. Meio homens que morrem de vontade de soltar a franga
que vive dentro de si. Que morria de vontade de usar seu corpo da forma que bem
lhe apetecesse. Mas tinha medo de si e dos seus. Era um covarde, um insano na
sua necessidade e na sua falta: “Só quem
tentou sabe como dói, vencer satã só com orações”, João Bosco e Aldir Blanc.
O
Brasil é o pais que mata mais gay no
mundo. Precisamos olhar a Orlando que nos espreita. Precisamos assumir a
Orlando que somos.
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