UMA CIDADE A PROCURA DO SEU CAMINHO
Estou
definitivamente encantado com este puta trabalho: DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E
AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS (PA), realizado pelo governo Darci ainda
em 2012. São passados cinco anos mas a metodologia, a abordagem e a disposição
dos autores num mergulho de alto nível sobre a realidade local surpreende
justamente porque em 2016 estivemos numa reunião no CDL com outros consultores e
concordamos que precisávamos de dados locais, dados gerais não retratam a
trajetória dinâmica (retratava) de Parauapebas. Nestes estudo dados
amadurecidos servem de base para mergulho numa realidade de planejamento e
visão de médio e longo prazos e fornecem elementos definitivos para a
compreensão sociocultural e psicossocial da cidade. Precisamos trabalhar mais
se quisermos uma nova realidade. Percebi ali o porquê de não termos liderança
ou lideranças que nos guie e porque Paragominas vira uma referência num papel
que naturalmente seria nosso: os grupelhos local, as relações pessoais restritas
e punitivas, a falta de visão e de compreensão da própria realidade que se
abateu sobre nós desde 2013 e piorou nos últimos anos sob a total ilegalidade
de Valmir. Ou porque o elegemos e suportamos tanto. E o pior, porque é tão
difícil sair dos quadrados protetores. Mas é um alento, há pensamento.
Atenção,
o que se segue não é de minha autoria. São partes finais do estudo citado e
para o qual disponibilizarei o link no final da postagem. É justamente o que
estamos tentando fazer agora, implementar essa visão de transformação possível
em Parauapebas e queremos ser ouvidos. Entendemos que o ecossistema Parauapebas
Compra Aqui e Parauapebas Contrata Aqui sejam demarcadores.
“...A
CAE aparece como o mais forte eixo necessário ao Desenvolvimento Local, porém
seu vigor é momentâneo e requer o máximo de oportunismo social, institucional e
territorial. A perda do limite temporal colocado pode comprometer em definitivo
qualquer projeto de Desenvolvimento. Vale observar quanto aos indicadores de
Parauapebas referente a esse eixo que todos são bastante favoráveis, porém são
fotografias de um momento muito favorável para a economia extrativista mineral
que, como já analisado apresenta limites cíclicos. O grau de oportunismo
necessário ao aproveitamento desta “janela de desenvolvimento” deve estimular
os principais agentes à tomada de quatro ações imediatas: a) o estabelecimento
do “Fórum Local de Desenvolvimento”; b) políticas de incentivos para setores
industriais direcionados; c) a Agência de Desenvolvimento e Emprego; d)
política de estímulo à polarização comercial e de serviços. ii) A CAT, o eixo de articulação territorial
manifesta o poder que determinada localidade dispõe de servir como ponto de
alavancagem para toda a região do seu entorno, fator importante é que não há
como pensar a sustentabilidade do crescimento econômico e a expansão de novas
bases produtivas se não for a partir da interação territorial ampla. Assim,
Parauapebas pode ser o centro de comercialização e processamento industrial
para diversos municípios agroprodutores, aproveitando a maior disponibilidade
de terras e de usos agrícolas e pecuários dos municípios vizinhos, integrado ao
seu maior mercado e polarização econômica; os indicadores gravitacionais
apontam que entre todos os municípios mineradores, Parauapebas é o que
isoladamente exerce maior influência considerando os dois principais índices de
gravitação. iii) A capacidade de articulação social converge importantes elementos da
cultura e da vida social local, a educação por si só não é fator que altere
o padrão de desenvolvimento, somente sendo um dos componentes que possibilita o
salto de qualidade que se quer. Parauapebas demonstra expressiva evolução nesse
eixo, porém a contínua melhora desses indicadores deve ser reforçada pela
construção de uma cultura local de
desenvolvimento, sendo que o planejamento de um cronograma de
atividades a serem debatidas com a sociedade nas diversas instâncias
organizacionais, de movimentos sociais e institucionais compreende tarefa
necessária. iv) Por último, a
capacidade de articulação institucional, constituindo variado conjunto de
instituições que devem ser articuladas para funcionar enquanto uma rede pelo e
para o desenvolvimento local, tendo diversos nós não somente vinculados ao
poder público, mas, e principalmente, organizações da sociedade civil, desde as
formas empresariais e de organização de produtores, até as instituições
vinculadas a ciência e tecnologia. A presença de atores de grande peso institucional como Companhia Vale e a Prefeitura de
Parauapebas tem que interagir com atores menores, o que somente se fará
possível mediante o estabelecimento de fóruns de convergência, buscando pontos em
comum e atuando com vistas ao futuro...”