25 fevereiro, 2017

Calotes em função econométrica



CALOTES PADROCINADOS















Sempre analisamos os golpes no comercio local e as juntas do trabalho sempre lotadas: é a estratégia econômica da VALE, gerar riqueza para abater no preço internacional do minério, tornando-o mais competitivo frente a transferência liquida de riqueza dos seus fornecedores para seu estoque de capitais e produtos.
Estudamos as diversificadas formas da poderosa mineradora quebrar seus prestadores de serviços ainda na década de 90, quando a Integral, à frente Pavão (o vereador ainda quase menino) e seu patrão, Valmir da Integral me contatou em Carajás para descobrir porque não ganhavam dinheiro de jeito nenhum trabalhando para a Vale.

Analisando os contratos descobri naquele tempo detalhes preocupantes: a – num ambiente de inflação galopante a VALE acertava contratualmente a média dos três últimos meses, numa atitude de perversidade técnica, obrigando as empresas entregarem o patrimônio de seus proprietários na forma de reposição inflacionária, b- o gerenciamento de recursos, na época as ferramentas e outros materiais eram fornecidos pela VALE, que impunha a lotação de pessoal nos seus pátios e os mesmos ficavam esperando a liberação de ferramentas e materiais, num caos gerencial comandado pelo escalão mineiro e o qual cedia para quem os “agradasse mais” e c) como os atrasos no deposito das notas fiscais, cujos fornecedores ficavam malucos e os empregados nunca sabiam quando receberiam por seus serviços.

Os tempos passaram, veio a ISO 9000 e muito arranjo foi feito, muito esforço entregue, mas a perversidade de homens magoados não mudou.

Fazendo nova análise de como uma mineradora de classe mundial, com sucessivos recordes de produção e embarques poderia permitir no seu quintal tamanho desrespeito com sua principal cadeira de suprimentos – a social, pois são empresas instaladas aqui, na sua cidade, fizemos a descoberta mais cruel e paralisante: havia uma estrutura de calote, em que a companhia aplicava pesadas multas e cobrava no faturamento, além de atrasar pagamentos, alternando atas a seu bel prazer e insistindo em não pagar as empresas por até 60% de sua produção, forçando-as a irem embora sem entregar o contratado, ficando o calote e o descrédito das mesmas.

O calote não é culpa das empreiteiras. O calote é dado pela VALE através das empreiteiras, como explico detalhadamente no meu livro MANUFATURA: contrato pelo menor preço, pagar sempre uma parte maior dos serviços pelo menor preço, a contratada não consegue honrar seus compromissos, ela a despensa e contrata outras, que dá prosseguimento. Uma obra de 1000, sai ao final de três empresas, por apenas 600 a 800.  

Esse ganho é incorporado na produção, reduzindo custos e barateando o produto minério. É uma forma covarde e impressionante de gerenciamento da produção mineral, pela desumanidade e sandice. 

Posso apresentar o quadro detalhado desse recurso espúrio para a CPI, passa da hora da cidade ajustar suas contas com a VALE.