22 maio, 2015

O silencio atual assusta e constrange os que apostaram em Parauapebas

A CIDADE DO SILENCIO


A NOVA PARAUAPEBAS, depois dos temporais.

AS PORTAS DO INFERNO
Sou eu, sou eu,
Sou eu  ó Senhor,
Precisando de oração
Sei que me cairá bem este terno
Provei-o nas rotas do inferno
(do folclore americano) ....in  MARCAS DA VIDA, JAMES BALDWIN, pg 473





Assistimos cotidianamente o atraso e o marasmo total que permeia toda e qualquer atividade na metrópole do minério de ferro. O desanimo é geral e paralisador. O que esta acontecendo  com a outrora dinâmica Parauapebas, detentora  da maior cifra de exportação do Brasil?


Seria apenas o tremendo e insolúvel desastre politico, social e econômico da eleição, posse e exercício pleno da função de Valmir da Integral? Ou seriam as transformações no mercado internacional do minério de ferro. Nunca saberemos qual o fator, apenas diríamos que vivemos uma crise. Não, uma crise, não. Um crash, uma trombada a 350 por hora e uma queda brutal, paralisante mas ainda com vida. Atordoados, os agentes não sabem o que fazer, se refazem, agora aleijados jamais recuperam a velocidade e a capacidade anterior, mas seguem em frente.

É assim que faremos. Jamais voltaremos ao dinamismo e capacidade anteriores, mas ainda continuaremos Parauapebas.  Dentro de dois anos, a  população atual, que era de 183 mil habitantes em 2012, atualmente já reduzida para cerca de 175 mil, continuara reduzindo, para estabilizar em torno de 2017 em 100 mil habitantes.  E ficará nisso, variando entre 80 mil a 100 mil pessoas. Regiões inteiras da cidade estarão abandonadas. Os novos loteamentos, Buriti, Nova Carajás e todos os absurdos novos lançamentos, estarão sucateados.  A antiga pressão por escolas, creches, casas, estará esgotado. A administração publica vendo sua receita reduzir drasticamente, ainda pior do que até agora, encontrará novos meios de relacionamento, dispensando funcionários, suspendendo completamente qualquer investimento, estagnando a cidade dentro de sua zona do possível.

As grandes lojas ao longo dos anos irão se definhando. O exemplo da loja Avenida no Partage Shopping que já reduzindo atividades, será seguido por todos os grandes, irão se reduzindo aos poucos, outros suspenderão  por completo e abruptamente suas atividades, reconhecendo prejuízos imensos. As obras de novos investimentos serão paradas, muitos perderão rios de dinheiro por não estarem atentos aos sinais da estagnação.

Todos os que investirão na prefeitura sem licitação, contratos, ou mesmo aqueles que passaram por contratação legal jamais receberão seu pagamento. Sem caixa, falida porque seus orçamentos já acima do bilhão não permite aos seus gestores pensar livremente e com outros cenários, a prefeitura vai virar o maior caloteiro da região. Serviços básicos como limpeza urbana, merenda escolar, landscape serão interrompidos ou mesmo afetados profundamente. Teremos outra forma para olhar a gestão municipal.

Aqui, vamos ter que apelar para as verbas federais hoje desprezadas.  Os investimentos do governo central irão manter parte da máquina local. Muitos irão quebrar.

Atualmente os supermercados já estão vendendo alimentos com defeitos e estragados (falapeão.blogspot.com) porque estão girando com maior lentidão seus estoques. Ainda não  perceberam a serio o peso  da crise. Dentro de dois anos, mais da  metade deles vão fechar as portas. Os sobreviventes terão que inventar uma nova forma de precificação, porque a população sem dinheiro ira buscar a melhor compra. Há a possibilidade da inflação local crescer, vai depender do arranjo das forças nativas. Neste momento, todos que sentiram o golpe estão aumentando seus preços e não sobreviverão.

Vai aparecer aqueles empreendedores que neste novo cenário já surgirão com custos menores, podendo oferecer um melhor preço e ganhar dinheiro. Estes irão substituir aos poucos os gananciosos atuais. Haverá uma troca de comando na sociedade e logo. Os preços ainda não caíram o suficiente, vão cair ainda mais, daqui a  1,5 anos, 2. Uma nova cidade ressurgirá.

O dia a dia será tocado por novos negociadores. Os bancos terão filas menores, o transito será mais limpo, a violência será ainda maior e mais cruel. Os postos de gasolina ficarão sem vender e se adequarão a nova demanda. Os hotéis serão fechados na sua maioria. Teremos um preço menor nas diárias e os proprietários mais inteligentes sobreviverão. Definitivamente não haverá espaço para sequer quarenta por cento dos empreendimentos atuais. Já sentimos  uma redução de metade da atividade econômica da cidade, perderemos mais uns vinte e cinco por cento. Após o primeiro refluxo populacional da cidade, ocorrido em 2014, continuaremos a ver nossos amigos partindo. Eu já perdi toda a minha turma do domingo, todos foram trabalhar em outras obras espalhadas pelo Pará e restante do Brasil. Grande parte dos investimentos feitos na irresponsabilidade do crescimento eterno vão virar museus. Veremos daqui a poucos anos o estrago que a ambição desenfreada, a falta de visão e planejamento provocam numa sociedade.

E infelizmente, o marco da transição será deste desgoverno de Valmir da Integral. Entrará para nossa historia como o momento do crash. E muito da nova realidade será atribuída a ele. Grande parte desses investimentos absurdos, como a duplicação da PA, sem convenio com o governo do estado e sem nenhuma utilidade para a sociedade será visto como acabada loucura daqui a poucos anos. E grande parte das obras e bobagens da gestão atual.

A VALE se tornara a cada dia mais ausente dos nossos novos problemas.  Não ira contribuir, mesmo porque, na derrocada da cidade surgirá grupos de pressão sobre ela, como em Itabira e em tantas outras cidades que sentirem o peso da nova realidade da mineração global. Alerto que, não será o fim, apenas um crash, insisto. Esta região milagrosa que vivemos nela, continuara a atender a demanda global por mineiros, mas agora com preços e lucros menores, a patamares ajustados com a nova dinâmica mundial: minas menos produtivas, mais espalhadas pelo mundo, fretes maiores, distribuição e logística melhores. E compradores com disposição para pagarem sempre menos, com a tecnologia tornando relativa a qualidade da matéria prima. Os grupos de pressão sobre a VALE irão impor limites municipais à atividade. E buscar produção menor, para manter as cidades por mais tempo. Recordes de produção serão substituídos por recordes de preocupação.

Aos poucos vamos aprendendo a viver com menos. Mas a mudança, se agora brutal, se tornará pior, mais estreita e sem saídas. Haverá sobreviventes e estes serão os melhores, os escolhidos para criar a nova Parauapebas.


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